Após mais um período de pausa nas aulas presenciais devido à pandemia do coronavírus, precisamos nos readaptar novamente ao convívio social e suas limitações. Diante de tantas oscilações impostas ao contexto escolar, são as crianças que experienciam esse momento com maior intensidade emocional, ou seja, espera-se que a criança sinta um misto de emoções ao regressar à escola, tanto positivas quanto negativas, afinal, todo o processo de mudança de rotina pode gerar resistência nos pequenos.

Apesar dos efeitos do isolamento serem mais brandos em crianças, elas são mais vulneráveis aos desconfortos emocionais, então se faz necessário um cuidado especial voltado à atenção com a saúde mental dos pequenos, para que o retorno escolar se dê com mínimos reflexos da quarentena. Além dos efeitos do isolamento social, o momento de retorno é marcado pela readaptação que é enfrentada das mais variadas formas, porém, para algumas crianças esse momento pode acentuar alguns sentimentos desagradáveis.

Para ajudar a criança, tanto pais quanto profissionais da educação precisam ficar atentos a alguns desconfortos que a criança pode apresentar, como insônia, irritabilidade, crises de ansiedade, falta de paciência, ganho ou perda de peso acentuado, comportamentos regressivos e outros, todos esses podem ser indicativos de dificuldades emocionais causadas pela complexidade em lidar emocionalmente com as situações vivenciadas.

Assim que identificadas as emoções e sentimentos que geram desconforto na criança, é importante que possamos reconhecer e validar o que ela está sentindo, afinal é assim que conseguimos aprender a manejá-las de forma assertiva, vivenciando-as. Após esse momento é necessário oferecer apoio emocional para a criança, já que ela ainda está desenvolvendo os recursos para lidar com as situações de dificuldade, irá precisar de auxilio e muito carinho até compreender como poderá enfrentar os obstáculos com seu próprio repertório emocional.

Sem dúvida, o momento de retorno pode ser um tanto confuso para a criança que ainda não compreende o real motivo das oscilações entre ficar em casa e ir para a escola, então, mais do que nunca se faz necessário a união das famílias e escola para que esse processo seja o mais tranquilo possível, garantindo a criança seu desenvolvimento integral, muita segurança e uma readaptação cheia de atenção e afeto, assim, aos poucos os pequenos poderão reafirmar o sentimento de pertencimento pela escola e retornar a rotina de forma saudável.