Fazer pesquisa com crianças
Com poucos segundos de vida o bebê inicia seu mundo investigativo, realizando uma pesquisa singular, há de reconhecer o timbre de voz da sua mãe, o ambiente, os demais ruídos e as pessoas de seu convívio. A vida é um universo totalmente novo, principalmente, para alguém que acabou de nascer. Conhecer e explorar seu corpo e o mundo pode não ser uma tarefa muito fácil, mas se realizada com estímulos, incentivos e afeto, torna-se um lugar de descobertas fabuloso.
Através do brincar, a criança desde muito pequena, explora o mundo, o espaço e os objetos, têm a possibilidade de interagir com outras crianças, produzindo conhecimentos sobre si, sobre o outro e sobre o ambiente no qual está inserida. Através desse ato singelo, a criança desfruta de oportunidades para pesquisar, exercitando funções (psicológicas, mentais e culturais), experimentando novos desafios, investigando e conhecendo o mundo de uma forma natural e espontânea.
Ao ter liberdade para brincar e explorar, a criança torna-se protagonista das suas próprias ações, é ativa e criativa, sendo produtora de conhecimentos. As suas curiosidades e seus desejos, por meio de ações desenvolvidas e planejadas por si vão sendo ouvidas e interpretadas pelos adultos que têm papel fundamental nesse processo, pois não percebe mais a criança como um adulto em miniatura ou aquele que reproduz a cultura adulta, mas vê na criança todas as suas potencialidades e particularidades.
Quando falamos que a criança é pesquisadora, estamos falando em pesquisa científica, onde as crianças elaboram e testam hipóteses, participando da pesquisa efetivamente e tomando decisões o tempo todo. Enquanto adultos, aprendemos cotidianamente com as crianças ao ouvi-las, ao perceber seus movimentos, suas teorias, seus conceitos elaborados e suas interpretações sobre o que criam e vivenciam.
No ambiente da escola, percebemos e concebemos a pesquisa em diversos momentos, e aceitamos o desafio de pesquisar com as crianças por compreender a importância e os significados desses processos para o desenvolvimento. Desta forma, colocamos a criança no centro do processo investigativo, tendo caráter transformador para a vida e para as experiências delas.
Cada fase uma nova descoberta, que gera outros conhecimentos, instigando a criança a novos desafios e reiniciando o ciclo de exploração e pesquisa. Essas novas interações passam a ganhar elementos significativos; como por exemplo os materiais e as materialidades, os brinquedos e brincadeiras, que auxiliam nesse processo de crescimento e amadurecimento. Através do brincar pode-se observar novas formas de pesquisas como, o construir e desconstruir que começam a ser praticados, além de uma gama de possibilidade que se abre diante das oportunidades e investigações proporcionadas.
Podemos perceber e é nítido a importância da pesquisa para os seres humanos, que inicia de forma distinta e intuitiva nos primeiros instantes de vida, evoluindo e aprimorando no decorrer da vida, ganhando complexidade e sendo um importante instrumento cognitivo, sensorial e social.
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